Memórias de educação infantil

Relembrando os momentos no campo


Relembrar minha infância me faz sentir um turbilhão de emoções; algumas boas, outras nem tanto. Vivemos momentos na vida que queremos nos agarrar para sempre e, outros que queremos esquecer eternamente. Quando temos a oportunidade de expressão esses momentos, fica difícil não aflorar por meio das palavras aquilo que está no mais íntimo de nossa alma, mesmo que essa não seja a intenção deste relato.

Cresci na fazenda com meus pais e minha irmã mais velha e, nesse contexto, tive a oportunidade de conviver de forma muito próxima da fauna e da flora do sertão da Bahia. Meu pai gostava de me levar para ver os animais no campo; ele me colocava em seus ombros e ia me mostrando toda a riqueza que aquele lugar possuia; as vacas, as galinhas e os cavalos me chamavam muito a atenção; alguns tão grandes, outros tão pequenos; os pés de mandacaru que cresciam próximo da cerca de arame farpado e o capim seco decorado com as reuvas também secando completam a visão. Não vivi muito tempo nesse lugar, mas agradeço a Deus por ter experimento a vida naquele lugar.

Depois disso fui para um pequeno arraial, onde tive contato com alguns familiares; meus avos maternos, tios e primos. Foi lá também que conheci meus amigos, que cresci e que vi minha família sendo transformada pelo tampo.

Aos 4 anos minha mãe me colocou em uma pequena escola organizada por duas irmãs; a escolinha mão no lápis não era uma instituição de ensino formal, mas foi ali que comecei a ser alfabetizado. (para mais detalhes clique aqui e veja a narrativa completa). Vivi muitos anos da minha vida nesse pequeno arraial e só me afastei dele quando surgiu a oportunidade de cursar o ensino superior.

Como afirma COHN (2005, p. 21), “a infância é um modo particular, e não universal, de pensar a criança”. Já convivi com os mais variados tipos de pessoas, cada qual com sua visão particular de pensar a criança, mesmo que de forma involuntária, expressando palavras e atitudes que só serviram para corroborar com essa afirmativa.

Minha família em particular possui uma forma bem conhecida pela nossa cultura de compreender a infância, e isso certamente determinou o resultado de muitas experiências que passei ao lado deles.

Como uma família tradicionalmente brasileira, branca e de classe baixa, fui educado na tradição da Igreja Católica Romana; a respeitar os mais velhos. Não posso reclamar do tratamento que recebi de meus familiares; para eles, tarefa de criança é brincar, estudar e ser feliz.

Relembrar o passado é dar oportunidade para observar o presente e pensar o futuro. Minha infância foi marcada por alegrias e aprendizados, tanto no meu círculo familiar, como no meus círculos sociais. Tive a oportunidade de ser criança e de viver minha infância.

Referencias:   
  • COHN, Clarice.Antropologia da Criança. 1. ed. Rio de Janeiro, Zahar, 2005.
  • Imagem de esudroff por Pixabay.

Comentários

  1. Que história linda amigo amei... Um pedacinho de você exposto de forma tão especial... Mesmo vindo de uma cidade pequena você é um gigante nas emoções, no ensinar e no aprender... Parabéns pelo relato.

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  2. A sua história é linda Luiz, você é Luz por onde passa.

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  3. Que história linda Luis! Você traz a sua narrativa situando seu contexto histórico, e traz fundamentação teórica sobre o mesmo. Esse foi o desafio e vc alcançou. Parabéns!

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  4. Oi Lu, quanta leveza no seu percurso infantil, é importante e necessário oferecer a criança condições (e aqui não me refiro necessariamente ao contexto econômico) que promovam seu pleno desenvolvimento, pleno no sentido de alcançar todos os contextos que os cercam. Parabéns por sua narrativa, que ela te proporcione sempre esse olhar sensível, consciente e crítico.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Luiz, que riqueza de memórias sobre sua infância!! Muito lindo, fiquei emocionada pois, suas experiências na fazenda fizeram-me relembrar da minha infância! Ao ler seu texto percebemos seu olhar de reflexão e de compromisso com a educação. Parabéns!!

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